sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Chico é lindo! (como diria Caetano)



Demorei, mas voltei!
Para compensar a demora, vou falar dele...do nosso grande poeta, compositor, dramaturgo, romancista, escritor e intérptrete Chico Buarque.

É interessante como podemos redescobrir o supostamente conhecido. Quem não conhece Chico Buarque? Ele é daqueles artistas que ficam em nosso imaginário de compositores brasileiros, e que são lembrados pelo resto de nossas vidas.

Mas hoje ele me veio presente pelo lançamento da coleção que saiu nas bancas de São Paulo sobre ele e seu trabalho. Lógico que estarei fazendo a coleção, embora já tenha tudo, tudo dele. Mas quem aguenta ficar sem saber de algo novo? Sim, porque as músicas de Chico embora conhecidas exalam sempre algo novo não visto anteriormente, como se fossem uma figura-fundo. E agora o artista teve sua história recontada em um especial que reúne os 20 discos mais marcantes de sua carreira. Não, não é propaganda. É para dizer que Chico Buarque fez a diferença... É como passar horas apreciando belas histórias. Além do mais, ele é lindo de morrer!

Francisco Buarque de Hollanda (Rio de Janeiro, 19 de junho de 1944), mais conhecido como Chico Buarque é filho de Sérgio Buarque de Holanda (1902–1982), um importante historiador e jornalista brasileiro e de Maria Amélia Cesário Alvim(1910-2010), pintora e pianista.

Iniciou sua carreira na década de 1960, destacando-se em 1966, quando venceu, com a canção "A Banda", o Festival de Música Popular Brasileira. Em 1969, com a crescente repressão da ditadura militar no Brasil, se auto-exilou na Itália, tornando-se, ao retornar, um dos artistas mais ativos na crítica política e na luta pela democratização do Brasil.




Casou-se com a atriz Marieta Severo, (separado atualmente), com quem teve três filhas: Sílvia, que é atriz e casada com Chico Diaz, Helena, casada com o percussionista Carlinhos Brown e Luísa. É irmão das cantoras Miúcha, Ana de Hollanda e Cristina. O famoso Aurélio Buarque é apenas um primo distante do pai de Chico.

Chico, um expert da compreensão do psiquismo das mulheres, sempre soube transportar para versos ou textos e teatro as personagens e histórias envolvendo grandes dramas femininos, antes não tão bem explorados. Chico e sua magia de poeta vagabundo, domina como poucos esta arte. Como exemplos que me ocorrem, no momento, são as músicas "Com açúcar e com afeto", " Olhos nos Olhos"," Teresinha", " Atrás da Porta", " Folhetim", "O Meu Amor" e "Palavra de Mulher". São composições que se notabilizaram pela decantação de um "eu" feminino, retratando temas a partir do ponto de vista das mulheres com muita sensibilidade e beleza.

Ao ingressar na universidade, na década de 1960 no auge do movimento popular e estudantil que procedeu o golpe militar de 1964, suas primeiras canções com "Pedro pedreiro" , impregnadas de preocupações sociais, foi seguida por "ole ola" e outras de cunho social, que foram censuradas como músicas de protesto. A censura foi tão grande que chegou ao ponto de ser exilado, e a sua canção do exílio foi "O Samba de Orly".

Felizmente sempre há um alguém entre uma multidão que levanta a voz para fazer a diferença, dizer o que precisa ser dito, inspirar aqueles que precisam de inspiração, e viver para lutar por uma vida melhor. Chico conseguiu fazer tudo isso de uma forma bem simples: usando a música, uma das armas mais poderosas do homem que trabalha com a razão. Podemos chamar uma pessoa assim de heroi, aquele que consegue o respeito das pessoas por causas de suas palavras. Trata-se de pura poesia e engajamento de uma pessoa que conseguiu passar sua mensagem apesar da opressão, e que até hoje lota casas de shows com suas melodias e carisma.

De tudo que já vi do Chico é de se destacar o musical "Ópera do Malandro", o qual nos dá prova de sua extraordinária capacidade intelectual, trazendo ao público brasileiro um espetáculo teatral cantado e dançado de beleza memorável e que ainda é apresentado nos teatros, embora mais pobres do que a primeira apresentação.



Inspirando-se no clássico de John Gay, Ópera dos Mendigos (1728), e na peça A Ópera dos Três Vinténs (1928), de Bertold Brecht e Kurt Weill, o genial Chico Buarque escreveu este espetáculo musical com ação localizada nos meios cariocas da contravenção e malandragem dos anos 40. Todas as músicas são de sua autoria e, com a sua genialidade, consegue harmonizá-las com o texto, explicando a vida de cada personagem e o real motivo de seu procedimento. A peça, na época em que foi montada (1978), sofreu censura – o que não parece ter sido muita novidade, na carreira de Chico Buarque.

Enfim, sua influência é importante na evolução musical que ocorreu no Brasil nos últimos tempos, pelo requinte melódico, harmônico e poético que suas obras apresentam, além de se destacar no teatro, na literatura, no cinema e até no futebol (Politheama era o time de futebol de botão do Chico Buarque que foi promovido a ser humano). Ainda hoje Chico convoca os amigos e saem em excursão, cultivando a fama de nunca terem perdido um jogo sequer.

Deixo aqui o meu abraço e agradecimento a Chico Buarque que semeou suas melhores idéias, suas mais íntimas questões existenciais, à construção das questões humanas e sociais que nos levam ao encantamento da alma, abrindo vívidos caminhos para o livre pensar.


Levic

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