quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Blogueiro é um ser diferente...sem exagero

Fiz uma reciclagem desse post para colocá-lo aqui, retirado de outro blog meu, uma vez que esta idéia me pareceu válida. Mas, por que blogueiro é um ser diferente?

Podemos entrar nesse mundo de blogueiro dizendo que é muito dispendioso de energia e tempo, porque primeiro tem que criar um tal blog. Pensa-se nos seus objetivos, no nome, na ilustração principal e nos acessórios mais bonitinhos e úteis. Agora é pensar num post de inauguração. Tudo feito e você fica feliz como se tivesse ganho um filhote. Comunica aos amigos, dá o URL e espera eles entrarem para dar uma opinião. Nada. Mais um post ficou pronto, mas ninguém o lê, ninguém sabe que ele existe.

Aí você lê não sei onde, num desses blogs de dicas, que para ele decolar você tem que divulgar. Aí você corre para entrar numa comunidade de rede social para ter contato mais direto ou até criar mesmo uma comunidade para ter mais presença. O que acontece? A comunidade exige uma boa parte do seu tempo, mas não pode haver desleixo e aí você faz blog de manhã e à noite lhe sobra tempo para dar atenção à comunidade do face, do twitter, do instragran... isso não pára.

Aí você recebe os primeiros comentários e seguidores, fica entusiasmado e cada vez mais querendo bombar. De agora em diante passa a manhã procurando notícias, lendo emails e blogando. À tarde você sente que há necessidade de entrar em outros blogs para comentar e dar uma atenção, para ver as novidades e para eles também retribuirem a atenção. À noite entra no whats-app, vê as novidades, tem ótimas idéias para o blog. Ele vai bem, diria que melhor do que você esperava.

Mas você ainda não está satisfeito, não é ainda o que você quer. Quer rearrumar tudo e aí já nem vai mais trabalhar, ou nem à ginástica, deixa o médico para o dia seguinte, desmarca o dentista, não faz mais as unhas e nem cabelo e fica em casa o tempo todo em frente do computador, até que vem a idéia brilhante: criar uma rede Ning( é o último projeto de Andreessen que se chama Ning, uma plataforma web 2.0 que permite a um usuário, com o mínimo de conhecimento em tecnologia. criar sua própria rede social com Blog, Fórum e Grupos e ainda publicá-la gratuitamente, e isso já possui mais de 280 mil redes com um crescimento estimado em mil redes por dia)... Aí você começa a dividir as tardes entre sua rede e sua comunidade, de manhã ainda escreve em seu blog.

Mas o blog começa a ter muitos participantes e você tem que responder a vários comentários por dia, são pedidos e mais pedidos, tem que fazer pesquisas e precisa das tardes livres para tal.

Como gerenciar a rede dá muito trabalho, você a deixa entregue às moscas e passa a querer que seus amigos do peito (não os virtuais) tenham também um blog e leva um tempo enorme imaginando como convencê-los. Chega até propor criar um para um amigo com tal nome e para o outro um tal assim, assim. Vai dormir pensando no assunto e descobre idéias maravilhosas. Os amigos nem lembram deste assunto algum dia... e você em cima deles...

Aí, como não quer jogar as idéias fora, resolve fazer outro blog e mais um outro blog, e talvez mais um outro blog para aproveitar a tal criatividade.

Agora tem que ver notícias para quatro blogs de assuntos completamemte diferentes e com isso lhe foi toda a manhã. A tarde já está comprometida na leitura de blogs amigos e aí descobre que alguém clonou um dos seus posts. Fica puto da vida, mas afinal ele deve ter gostado senão não copiaria.

E agora já tem todas as manhãs tomadas para escrever, às tardes para ler e às noites para a comunidade e responder aos comentários. Não sai mais de frente do computador...As horas passam voando. As refeições são reduzidas, e no banho você já leva o notebook para não perder tempo, e até o namoro é interrompido com alguma "idazinha" ao computador. Enfim...não há mais tempo para nada.

Num belo dia, chega uma visita inesperada em sua casa, um daquelas amigas inesquecíveis que lhe daria o maior prazer em recebê-la, mas logo hoje que você está no meio daquele blog mais querido... e a carinha não vai embora...Aí você resolve convidá-la a ir até o computador para ela ver o que você está escrevendo, e ela fica interessada em saber como se cria um blog, você leva um tempo enorme explicando e no final, quando você pensa que ela está correspondendo aos seus anseios, ela lhe faz a maldita pergunta:
"--Mas, afinal, p'rá que que serve ISSO?"

A revolta toma conta do seu íntimo, mas a amiga é tão querida, e tão ignorante em blog e internet, pensa que todas as ações devem levar a um resultado prático, está cheia de plásticas porque tem dinheiro, é bonita e cuida da aparência, se veste com bom gosto, viaja sempre para todos os lugares, sabe falar três idiomas, tem uma família de causar inveja, tem uma casa super bem administrada e além de tudo é magra e faz dieta com a maior facilidade.

Você dá então um tempo nas suas emoções e responde à amiga com um grande sorriso amarelado, sabendo que sua resposta vai satisfazê-la:"Eu gosto de ser diferente!".

É gente! O blogueiro é pessoa comum, que passa despercebido no mundo, apesar de existirem blogs maravilhosos, bem melhores do que muitos livros e professores, que enriquecem a nossa vida sobremaneira. E eles estão cobrindo todo e qualquer assunto, em vários locais por este mundo afora.
Enfim, ser blogueiro
é seguir um estilo de vida virtual. É ser diferente sem fazer a diferença.










Levic

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Seu nome é Villa-Lobos


Dizem que os maestros possuem as características de se apresentarem como autoritários e com atitudes bem controvertidas. O nosso compositor brasileiro, carioca, maior representante da música erudita, com certeza possuia essas características, mas principalmente uma que o fazia transbordar-se em um furor ritmico que lhe deu uma audácia criativa, tornando-o o anunciador da música do Modernismo no Brasil, compondo obras que enobreceram o seu espírito nacionalista onde incorporou elementos das canções folclóricas, populares e indígenas. E é isso que caracteriza o Villa Lobos: um equilíbrio entre o compositor erudito com alma popular e o compositor popular com espírito erudito.

Dotado de uma genialidade musical, Villa-Lobos é o primeiro músico brasileiro reconhecido no mundo inteiro. Assim que ele chegou a Paris pela primeira vez, a imprensa francesa não sabia como tratar sua música. Para descrevê-la, passou a usar comparações com a natureza do Brasil, da qual só havia ouvido falar, como forte, grandiosa e primitiva, o que fez o compositor se aproveitar desse deslumbramento como fonte de promoção e passou a se descrever como 'selvagem'.

É possível encontrar na obra de Villa-Lobos preferências por alguns recursos estilísticos: combinações inusitadas de instrumentos, arcadas bem puxadas nas cordas, uso de percussão popular e até imitação dos cantos de pássaros. O maestro não defendeu e nem se enquadrou em nenhum movimento, e continuou por muito tempo desconhecido do público no Brasil e atacado pelos críticos. Entretanto, o que se destaca em suas obras é uma forte presença de referências a temas do folclore brasileiro.

Nesse primeiro triunfo parisiense, deixou bem à mostra o conhecimento da linguagem stravinskyana. O resultado é um vasto painel rapsódico, onde as desigualdades, inevitáveis por força da produção imensa, são compensadas pela predominância de obras de alto valor.

Ainda que, às vezes, identificamos em suas músicas algo da melodia de Puccini e Tchaikovisky, e em outras vezes a atmosfera de Wagner ou o ritmo de Stravinsky e ou ainda as harmonizações de Ravel, não podemos jamais esquecer da importância decisiva que ele prestou ao choro, música popular de alto nível, com a qual Villa-Lobos conviveu desde a infância. Nessa amálgama toda de compositores que ele admirava, Bach funcionou mais como o mestre inspirador do que uma diretriz de estilo. Mesmo assim, nessa pluralidade toda, o grande Villa encontra a maneira própria de destacar a sua voz como legítimo representante de nossa musicalidade. Em todas as suas músicas aparecem registradas como uma marca viva e forte de legítima brasilidade.

Na verdade, ele esteve sempre com a finalidade de assimilar as manifestações do folclore musical, e, para tal, fez várias incursões nas diversas regiões do nosso país, fechando a rota com uma permanência na Amazônia. Assim, viajou pelo Brasil se apresentando como músico e teve um contato intenso com o folclore brasileiro. É nesse período que Villa-Lobos compõe "Amazonas" e "Uirapuru".


Ainda transparecendo influência estrangeira e, ao mesmo tempo, já se expressando numa linguagem própria, Villa-Lobos começou a se impor no cenário cultural do Brasil em 1922 , onde toma parte destacada na Semana de Arte Moderna em São Paulo. O reconhecimento oficial também se manifestou, através da encomenda de trabalhos sinfônicos. Villa-Lobos não foi o único compositor moderno interpretado na Semana de Arte Moderna. Junto com suas obras foram interpretadas obras de Debussy, por Guiomar Novaes, e obras de Eric Satie, por Ernani Braga, o qual também interpretou "A Fiandeira", de Villa-Lobos. O Teatro Municipal de São Paulo foi o primeiro palco "erudito" a receber as obras de Villa-Lobos.



Certamente todo esse seu interesse pelo folclore brasileiro nasceu nele muito cedo, desde a infância onde teve convívio com a música e onde teve seu primeiro contato com a música nordestina porque presenciou várias reuniões de cantadores e seresteiros. Essas grandes noites repletas de música nordestina foram vividas por Villa-Lobos na sua infância de tal maneira que se tornaria inevitável a sua fascinação pela arte popular. Tão grande foi a fascinação de Villa-Lobos pela música popular que sabia tocar quase todos os instrumentos que aqueles cantadores tocavam e em especial o violão, praticado com grande afinco e dedicação.


Sua formação musical foi muito inflenciada pelas noites de sábado da casa dos Villa-Lobos que recebiam grandes nomes da época para cantar e tocar até de madrugada. Seus biógrafos afirmam que ele estudou no Instituto Nacional de Música, mas o próprio Villa-Lobos disse que detestava tal escola. Autodidata, entrando em contato com uma música diferente da que estava acostumado a ouvir pelos grandes compositores, pesquisou as modas caipiras, as técnicas dos tocadores de viola e outros tipos que mais tarde viriam a universalizar-se através de suas obras.

Villa-Lobos de início matriculou-se no curso de preparação para o exame vestibular de medicina, obedecendo à vontade de sua mãe. No entanto, aos 16 anos, fugiu de casa e foi refugiar-se na casa de uma tia, Fifina, a fim de ter maior liberdade para frequentar os chorões e tocar em pequenas orquestras. Foi essa mesma tia que lhe apresentou os Prelúdios e Fugas do Cravo Bem Temperado de J. S. Bach, e assim "Tuhú" (seu apelido de infância) fascinou-se pela obra de Bach, acabando por lhe servir de fonte de inspiração para a criação de um de seus mais importantes ciclos, o das nove Bachianas Brasileiras.

A música praticada nas ruas e praças da cidade do Rio de Janeiro passou cada vez mais a exercer-lhe um atrativo especial. O choro, composto e executado pelos "chorões", músicos que se reuniam regularmente para tocar por prazer e, ainda, em festas durante o carnaval. Tal interesse levou-o a estudar violão escondido de seus pais, que não aprovavam sua aproximação com os autores daquele gênero, pois eram considerados de nível social mais baixo e como marginalizados.


Villa pagava-lhes, sempre que podia, uma boa dose de pinga. Um dos grandes problemas enfrentados pelo jovem Villa-Lobos na época era como adquirir capital suficiente para financiar aquelas tantas pingas. É aí que entra em cena a famosa biblioteca do falecido sr. Raul Villa Lobos, da qual ele vendia os livros aos poucos para conseguir a cota financeira necessária para melhor entrosamento com os chorões. E podemos dizer que foram esses encontros que lhe serviram de base para inserir o violão no modernismo e também com isso fez com que hoje a escola brasileira desse instrumento seja respeitada em todos os âmbitos.

Villa-Lobos se inspirou a fazer os Choros quando era um "chorão"e ele nunca foi um compositor organizado, que senta na escrivaninha e toda vez que erra apaga com a borracha. Não. Dizem que ele compunha durante o banho, dentro de um ônibus, ou num parque barulhento ou em qualquer lugar onde lhe propiaciasse para tal. Não tinha regras e sempre recusou fazer revisões em suas peças. Gostava mesmo era de seus rascunhos feitos em qualquer papel e deles saiam suas partituras finais.

É justamente por ser aberto a toda espécie de música que ele pode fazer uma obra prolífera, combinando indiferentemente todos os estilos e todos os gêneros, introduzindo sem hesitação materiais musicais tipicamente brasileiros em formas tomadas de empréstimo à música erudita ocidental. Procedimento que o levou a aproximar, numa mesma obra, de Bach e dos instrumentos mais exóticos.

Suas composições principais podem ser divididas em: -Bachianas Brasileiras, -Choros, -Quartetos de cordas, -Cirandas, -Sinfonias,-Serestas (música para canto), -Sonatas, -Trios, -Poemas sinfônicos, -Peças para piano, -Concertos para piano e Orquestra, -5 Óperas, -Balés.

Mesmo assim ainda hoje não é totalmente conhecido em sua vasta obra que, diga-se de passagem, são pouco divulgadas do nosso país, apesar dele ter alcançado um grande reconhecimento em nível nacional e internacional no meio artístico. Sua obra mais popular é a "Ária", das "Bachianas Brasileiras nº5 e o"Trenzinho Caipira", das "Bachianas Brasileiras nº2 que está em segundo lugar.

Entre os títulos mais importantes que recebeu está o de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Nova Iorque e o de fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Música. O maestro foi retratado nos filmes Bachianas Brasileiras: Meu Nome É Villa-Lobos (1979), O Mandarim (1995)e Villa-Lobos - Uma Vida de Paixão (2000), além de aparecer pessoalmente no filme da Disney, Alô, Amigos (1940), ao lado do próprio Walt Disney. Em 1986, Heitor Villa-Lobos teve sua efígie impressa na cédula de quinhentos cruzados, já não mais usada.

Preciso ressaltar o visionário educador que foi Villa-Lobos. Seu grande projeto educacional e musical, em que teve destaque o Canto Orfeônico, resultando na compilação do "Guia Prático" (Temas Populares Harmonizados) e que, aplicado nas novas gerações de 1930 a 1950, formou um público diferente do que vivenciamos hoje. Villa-Lobos tinha a certeza de que a educação musical fazia parte da formação do ser humano, onde a sensibilidade artística e senso crítico são despertados através da música. Até onde sei de mim, agradeço à escola por ter me fornecido as primeiras experiências musicais não só ouvindo, lendo e praticando música, mas também despertando a minha admiração artística para o som, através da disciplina "Canto Orfeônico". Lembro-me também das participações em danças folclóricas animadas pelas músicas de Villa Lobos e interpretadas por Bidú Sayão. Bons tempos!

Sem dúvida, ele deixou uma marca de diferença.
Levic




sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Chico é lindo! (como diria Caetano)



Demorei, mas voltei!
Para compensar a demora, vou falar dele...do nosso grande poeta, compositor, dramaturgo, romancista, escritor e intérptrete Chico Buarque.

É interessante como podemos redescobrir o supostamente conhecido. Quem não conhece Chico Buarque? Ele é daqueles artistas que ficam em nosso imaginário de compositores brasileiros, e que são lembrados pelo resto de nossas vidas.

Mas hoje ele me veio presente pelo lançamento da coleção que saiu nas bancas de São Paulo sobre ele e seu trabalho. Lógico que estarei fazendo a coleção, embora já tenha tudo, tudo dele. Mas quem aguenta ficar sem saber de algo novo? Sim, porque as músicas de Chico embora conhecidas exalam sempre algo novo não visto anteriormente, como se fossem uma figura-fundo. E agora o artista teve sua história recontada em um especial que reúne os 20 discos mais marcantes de sua carreira. Não, não é propaganda. É para dizer que Chico Buarque fez a diferença... É como passar horas apreciando belas histórias. Além do mais, ele é lindo de morrer!

Francisco Buarque de Hollanda (Rio de Janeiro, 19 de junho de 1944), mais conhecido como Chico Buarque é filho de Sérgio Buarque de Holanda (1902–1982), um importante historiador e jornalista brasileiro e de Maria Amélia Cesário Alvim(1910-2010), pintora e pianista.

Iniciou sua carreira na década de 1960, destacando-se em 1966, quando venceu, com a canção "A Banda", o Festival de Música Popular Brasileira. Em 1969, com a crescente repressão da ditadura militar no Brasil, se auto-exilou na Itália, tornando-se, ao retornar, um dos artistas mais ativos na crítica política e na luta pela democratização do Brasil.




Casou-se com a atriz Marieta Severo, (separado atualmente), com quem teve três filhas: Sílvia, que é atriz e casada com Chico Diaz, Helena, casada com o percussionista Carlinhos Brown e Luísa. É irmão das cantoras Miúcha, Ana de Hollanda e Cristina. O famoso Aurélio Buarque é apenas um primo distante do pai de Chico.

Chico, um expert da compreensão do psiquismo das mulheres, sempre soube transportar para versos ou textos e teatro as personagens e histórias envolvendo grandes dramas femininos, antes não tão bem explorados. Chico e sua magia de poeta vagabundo, domina como poucos esta arte. Como exemplos que me ocorrem, no momento, são as músicas "Com açúcar e com afeto", " Olhos nos Olhos"," Teresinha", " Atrás da Porta", " Folhetim", "O Meu Amor" e "Palavra de Mulher". São composições que se notabilizaram pela decantação de um "eu" feminino, retratando temas a partir do ponto de vista das mulheres com muita sensibilidade e beleza.

Ao ingressar na universidade, na década de 1960 no auge do movimento popular e estudantil que procedeu o golpe militar de 1964, suas primeiras canções com "Pedro pedreiro" , impregnadas de preocupações sociais, foi seguida por "ole ola" e outras de cunho social, que foram censuradas como músicas de protesto. A censura foi tão grande que chegou ao ponto de ser exilado, e a sua canção do exílio foi "O Samba de Orly".

Felizmente sempre há um alguém entre uma multidão que levanta a voz para fazer a diferença, dizer o que precisa ser dito, inspirar aqueles que precisam de inspiração, e viver para lutar por uma vida melhor. Chico conseguiu fazer tudo isso de uma forma bem simples: usando a música, uma das armas mais poderosas do homem que trabalha com a razão. Podemos chamar uma pessoa assim de heroi, aquele que consegue o respeito das pessoas por causas de suas palavras. Trata-se de pura poesia e engajamento de uma pessoa que conseguiu passar sua mensagem apesar da opressão, e que até hoje lota casas de shows com suas melodias e carisma.

De tudo que já vi do Chico é de se destacar o musical "Ópera do Malandro", o qual nos dá prova de sua extraordinária capacidade intelectual, trazendo ao público brasileiro um espetáculo teatral cantado e dançado de beleza memorável e que ainda é apresentado nos teatros, embora mais pobres do que a primeira apresentação.



Inspirando-se no clássico de John Gay, Ópera dos Mendigos (1728), e na peça A Ópera dos Três Vinténs (1928), de Bertold Brecht e Kurt Weill, o genial Chico Buarque escreveu este espetáculo musical com ação localizada nos meios cariocas da contravenção e malandragem dos anos 40. Todas as músicas são de sua autoria e, com a sua genialidade, consegue harmonizá-las com o texto, explicando a vida de cada personagem e o real motivo de seu procedimento. A peça, na época em que foi montada (1978), sofreu censura – o que não parece ter sido muita novidade, na carreira de Chico Buarque.

Enfim, sua influência é importante na evolução musical que ocorreu no Brasil nos últimos tempos, pelo requinte melódico, harmônico e poético que suas obras apresentam, além de se destacar no teatro, na literatura, no cinema e até no futebol (Politheama era o time de futebol de botão do Chico Buarque que foi promovido a ser humano). Ainda hoje Chico convoca os amigos e saem em excursão, cultivando a fama de nunca terem perdido um jogo sequer.

Deixo aqui o meu abraço e agradecimento a Chico Buarque que semeou suas melhores idéias, suas mais íntimas questões existenciais, à construção das questões humanas e sociais que nos levam ao encantamento da alma, abrindo vívidos caminhos para o livre pensar.


Levic

sábado, 24 de abril de 2010

Nosso planeta é diferente!

No dia 22 de abril foi comemorado o Dia da Terra, o Dia Mundial do Planeta Terra , que foi estabelecido a partir da convocação do primeiro protesto nacional contra a poluição, em 1970, pelo senador norte-americano Gaylord Nelson, e desde 1990 outros paises passaram a celebrar a data. A questão principal é que não basta apenas celebrarmos uma data ou lembrarmos apenas, nessa data, a necessidade de celebrar nosso planeta Terra.

Não é novidade para ninguém que há muito tempo estamos sofremos com as mutações das alterações climáticas. E é do conhecimento de todos o "porquê da revolta" do nosso planeta contra os seus habitantes: a poluição, o desrespeito pelos valores ambientais, o uso abusivo das fontes naturais dos produtos, a ganância e a sede de poder.

Nosso planeta é diferente dos tantos outros que existem no sistema solar e nos cosmos, pois é o único que é habitado por seres criativos e inteligentes ( lógico que eu estou vendo com os olhos da limitação de nossos conhecimentos científicos e não pela percepção de uma lógica prospectiva). O certo que é o único planeta que temos conhecimento de sua individualidade como ser diferente. Mas... se ela é habitada por seres inteligentes, acho que tenho que reformular o conceito de inteligência, pois somente seres estúpidos delapidariam o lugar onde vivem e nessitam desse lugar para viver.

A natureza já tem sido muito generosa, mas agora começou a reagir contra as atrocidades dos humanos. As transformações terrestres estão em andamento e, à medida que adentramos, mais as mudanças irão se intensificar. O planeta Terra, como ser vivo que é, fará a sua graduação e participará de planos superiores.

Com o crescimento acelerado das áreas urbanas nas últimas décadas, o nosso planeta se viu atropelado pelas mudanças e em muitas regiões do mundo a capacidade do homem de modificar a natureza acabou por destruir grande parte das riquezas naturais.

Então, durante o tempo que nos resta, devemos expressar constantemente que os eventos climáticos e violentos da natureza, que sempre se fizeram presentes ao longo da história de nossa civilização, estão agora mais evidenciados no início deste nosso século. Até que ponto
os atuais terremotos, inundações, tsunames, erupções vulcânicas, furacões e tornados refletem nossa atuação no mundo?

Alguns lugares do mundo estavam nevando em plena primavera onde normalmente nem neva durante o inverno, como aconteceu no Japão. Isso preocupa a quem ? Talvez eu, talvez você, mas com certeza ninguém que é responsável pela emissão de gases poluentes e lixo, irá admitir que parte da culpa pelas mudanças nesse desajustado clima é dele.

Não conseguiremos sobreviver num planeta que sofre com as conseqüências da ambição e do egoísmo sem promovermos a substituição desses valores por uma transformação moral que consolidará no planeta a necessidade de restauração e renovação da vida.

A série de catástrofes que ultimamente presenciamos, podem servir como instrumento para pensarmos o futuro imediato. Nós temos que aprender a viver no nosso planeta no contexto de uma civilização global de alta tecnologia, mas criando novos sistemas de gestão na relação com o planeta, respeitando a sua natureza intrínseca.

Previsões nada animadoras sobre as atividades vulcânicas islandeses são colocadas como alertas, posto que os vulcões aparentavam seguir ciclos e o seu aumento, ao longo da última década, sugere que estamos entrando num período mais ativo. Os vulcões islandeses estiveram estranhamente quietos durante a segunda metade do século XX e, a julgar pelas recentes atividades vulcânicas observadas, acredita-se que esta etapa mais ativa dure cerca de 60 anos, com picos entre 2030 e 2040.

Interessante é que o vulcão Eyjafjallajokull não é o mais violento, pois existem dois mais agressivos (Hekla e Katla) que podem ter sidos acordados com a movimentação da erupções daquele primeiro. O mais interessante ainda é saber que as cinzas e gases expelidos (e que desestabilizaram a vida da Europa), ao bloquearem os raios solares, também podem impedir o aumento da temperatura global. É uma auto-defesa do próprio planeta, uma forma de que se utiliza para curar sua ferida. É provável que haja um esfriamento pelos próximos dois anos. Tomara que seja verdade!

Já ouvi dizer que as Artes antecipam à Ciência. E tanto é certo que eu soube que no livro `Gaia: Alerta Final` de James Lovelock, ele conta que uma forma de interromper o irreversível aquecimento global, seria o próprio planeta entrar numa fase vulcânica, expelindo partículas na atmosfera, e que isso reduziria a incidência dos raios solares sobre a superfície da Terra.

É... o nosso planeta, como ser vivo que é, é diferente! E nós, somos culpados, cúmplices ou vítimas das defesas do planeta. É o homem que pode colocar tudo a perder e somos nós que temos que fazer alguma coisa... e não é apenas saber que tem um Dia da Terra.



Levic

domingo, 18 de abril de 2010

A polaridade de Richard Wagner



O mundo das artes é povoado por personalidades bem diferentes daquelas do "mundo mortal". Sim, porque os artistas pertencem a outro mundo, talvez ao Olimpo, não sei. Mas o certo é que conhecendo as obras e a vida pessoal de algumas figuras de sucesso mundial, em qualquer época da história, percebe-se o quão são divindades ou lendas ou puras verdades.

E é nesse encaixe que coloco Richard Wagner. Como ele próprio citou em uma de suas cartas "Se tivéssemos uma verdadeira vida não teríamos necessidade de arte. A arte começa precisamente onde cessa a vida real, onde não há mais nada à nossa frente. Será que a arte não é mais do que uma confissão da nossa impotência?", evidenciando, nas entre linhas, o quanto ele misturou sua realidade ao mundo fantasioso e permissivo das artes.

Richard Wagner foi um expoente em quase todos os gêneros artísticos e não somente na música como mais o conhecemos, mas revelou-se na literatura, na arquitetura, no teatro, na cenografia, e nas artes do relacionamento social como um amante sedutor, um conselheiro político e artístico, além de gostar de boa vida, roupas caras e vida social refinada, frequentando os melhores lugares de sua época.

Com sua enorme criatividade fez várias mudanças e inúmeras inovações para a música, não só em termos de composição mas tambem quanto em termo de orquestração. É de sua idéia alojar a orquestra em um fosso em frente ao palco, para que com isso as vozes dos cantores fossem emitidas diretamente aos ouvintes, sem menhuma barreira. Criou o termo Drama Musical para referir-se à ópera e assim diferenciar-se definitivamente da escola italiana, onde a linha melódica é destinada aos cantores tornando a sua execução mais atraente aos ouvidos dos não especialistas musicais. Já Wagner leva os cantores à exaustão pelos acordes dissonantes e pelos longos trechos cantados. Além disso, utilizou a idéia de identificar um personagem, ou um objeto ou um assunto através de uma linha melódica, a qual chamou de "leitmovit" ou motivo condutor. Desta forma, toda vez que se ouve a linha melódica imediatamente vem à mente o personagem, ou o objeto ou o assunto que o autor deseja indicar. Suas óperas são de caráter oponente com estilo grandioso que influenciaram toda a composição posterior.

Além de músico era um poeta esmerado, tendo escrito todos os libretos de suas óperas, mostrando grande erudição na literatura alemã, tendo oportunidade de reconstruir toda a mitologia germânica.

Ganhou confiança do rei da Baviera, Luís II, que lhe fazia todas as vontades para dar saída as suas idéias musicais e outras, como por exemplo, a de construir um teatro ideal para encenar todas as suas óperas. Ele escolheu o local, planejou arquitetonicamente o teatro, acompanhou a sua construção como um engenheiro oficial, escolheu todos o material artístico para compor o prédio e assim foi construido o teatro de ópera de Bayreuth(Bayreuth Festspielhaus). Ele, mais tarde, admitiu que teve um erro: o local escolhido é muito sujeito à chuva, coisa que ele não queria. Wagner também foi o idealizador de um dos castelos desse rei, aliás lindíssimo que é o Castelo de Neuschwainster), que é famoso porque Walt Disney o tomou como modelo para a Disneyland( O castelo da Cinderela). O grande cineasta Luchino Visconti, lançou o filme baseado na vida deste rei , que se chma "Ludwig" com Romy Schneider Silvana Mangano, Helmut Berger.

O seu relaionamento com o rei da Baviera chegou a suscitar algumas digressões no meio social, tal a forma de amizade que os unia. Basta dizer, que todos os requintes da vida de Wagner eram custeados pela ajuda financeira anual que lhe era reservada dentro do orçamento da realeza. Mas, nem por isso Wagner tinha uma vida com reservas econômicas, pois era perdulário e por várias vezes teve que abandonar o lugar em que vivia por causa dos credores, inclusive teve que sair do país. Gostava de viver no luxo. Já era casado quando teve que mudar de Munique, na Baviera, por causa do seu relacionamento com a esposa do maestro Hans von Bülow, Cosima, que era filha do grande pianista Franz Liszt, que mais tarde tornou-se sua esposa.

Muito estudioso e aplicado aos seus interesses, estudou Beethoven que considerava um mestre e foi o responsável por tirá-lo do esquecimento, quando esqueceram, em 1870, do centenário de Beethoven.

Wagner foi escolhido por Hitler como o compositor ideal da Alemanha, incentivando a audição de suas obras (Wagner morreu em 1883 e portanto já haviam passado mais de 50 anos) . Talvez por isso ele tenha sido classificado como anti-semita, apesar dele ter escrito, numa época de sua vida dedicado inteiramente à política (nessa época até da música ele se afastou, alistando-se para defender os interesses alemães) um artigo que foi publicado falando mal dos judeus e atacando alguns compositores judeus, entre eles Felix Mendelsson e Giacomo Meyerbeer, que eram seus rivais. Entretanto, essas idéias na época eram do próprio povo alemão, ou seja toda Alemanha culpava os judeus pelos prejuizos no seu desenvolvimento econômico. Assim, pois, não se pode provar que ele era anti-semita e as comparações que fazem de seus personagens com estereótipos judaicos são absurdas. São puras interpretações.

Enfim...poderia ser falado muito mais deste grande mestre da música, o qual eu aprendi a amar suas composições como obras divinas, extraídas de uma mente ou de uma inspiração extraordinária, que o fez ficar diferente de tantos outros.

Richard Wagner fez a diferença! E ainda citando sua frase...""no juízo final todos os que comercializem esta arte sublime, pois esses serão condenados."

Levic

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Almodóvar e o seu cinema





Acabei de ver o filme de Pedro Almodóvar - "Abraços Partidos", que infelizmente não pude assistir na telona e me contive na minha tela de tv. Tudo bem. O importante é captar a metalinguagem dos filmes desse diretor genial, que sabe colocar sua sensibilidade à flor da pele no cinema, emprestando os seus olhos para se ver o inatingível. Pedro Almodóvar é o próprio desejo que aflora no ser humano sem pedir licença para se instalar. Não é à toa que sua produtora se chama "El Deseo", pois seus filmes nada mais são do que colocar no colo de cada espectador o mundo inconsciente que domina cada ser humano, tornando-o forte para desejar o seu objeto de desejo e fraco para submeter-se a esse desejo feroz que o rasga literalmente.

O que marca, e que já é marca em Almodovar são suas cenas, suas cores, a sensibilidade com que ele coloca seus personagens e os integra no mundo. Os seus filmes têm combinações de cores, cenas e ângulos que chamam a atenção, onde o diretor nos mostra a íncrivel beleza estética de coisas tão simples e cotidianas. Os contornos inesperados que vão se delineando através do enredo, bem ao estilo de Almodóvar, mostra sempre todo o seu talento e competência ao conduzir brilhantemente a história do filme, nunca apelando para clichês e nunca tornando-o previsível. Essa genialidade de Almodóvar é que me comove e me desperta a admiração pela coragem que ele carrega ao entregar cenas tão deprimentes ao mesmo tempo tão bonitas e principalmente como humanas, sem as máscaras das defesas. Seus personagens são seres que se mostram pelo avesso, ao mesmo tempo que nos revela a nossa própria alma, os nossos próprios recônditos desejos primais.

O que está sempre em cena são os romances infelizes, os caprichos do destino, a violência, a morte e o sexo como ápices da experiência dos personagens que vivenciam uma tensão constante entre o desejo e a fatalidade, entre o prazer e a dor. A força do cineasta, contudo, não está na opção por mobilizar os sentimentos desse universo conflitivo. A sua originalidade não está tanto nas regras do jogo, mas sim na admissão de novos jogadores, às vezes simplesmente reordenando as peças no tabuleiro. Sem querer, a gente identifica passagens de outros filmes dando oportunidades para ressignificá-las com maior profundidade e entendimento. É como se fosse um caleidoscópio.

Por isso, em seus filmes, a homossexualidade não é mais um tabu, mesmo quando o pano de fundo é a relação amorosa enquadrada no modelo tradicional de família assim como a religiosidade não é mais soberana para com os valores e nem tampouco o bem e o mal se misturam com hedonismo, injetando na ação o poder do seu mais íntimo siginificado ser a sua direção.

Almodóvar amadureceu com seus filmes. A cada nova película sente-se mais o clima almodovariano só de ver as imagens. É muito característico o uso de cores fortes e quentes, objetos em cena como se fossem atores, mostrando a sua cultura em seus mínimos detalhes. A feminilidade está presente em todos seus filmes, e até mesmo nesse 'Abraços Partidos' que tem uma visão do ponto de vista masculino. É um olhar, a sutileza, um close. Almodóvar consegue penetrar no universo feminino com uma espontaneidade, que somente se vê naquelas pessoas que são escolhidas para serem femininas.

Mesmo com o assédio, não se vendeu para os grandes estúdios de Hollywood, mantendo-se fiel à sua produtora El Deseo, onde tem toda a liberdade para fazer cada obra de arte. Homossexual assumido, sofreu e talvez ainda sofra com o preconceito que o mundo persiste em ter. Chegou a escrever livros totalmente sexuais e hilários, como Patty Diphusa e Fogo nas Entranhas que não se tornaram e nem se tornarão filmes, ao menos não seus.

Almodóvar deixou de ser um cineasta marginal e tornou-se um dos maiores expoentes do cinema, o que justifica a sua célebre frase: "O importante é sobreviver e manter a paixão". A paixão que aquece o desejo ou é este que explode em paixão.

Por isso ele é diferente!




Levic

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Petra - uma cidade diferente


Existem pessoas ou situações ou ainda lugares que marcam pela sua diferença. É o caso de um lugar, uma cidade perdida, chamada Petra.

Petra é uma cidade que foi bem promovida pela atual novela da Globo "Viver a Vida", onde há um desfile de modas "Petra Fashion Days", desfile de moda à céu aberto em frente as ruinas da Câmara do Tesouro (Al Khazneh) e, com essa divulgação, muita gente tomou conhecimento desse lugar maravilhoso e misterioso. Na verdade o desfile não foi realizado no local. A Rede Globo enviou junto com os atores, uma equipe que fotografou todo o cenário com técnicas de 3D. As imagens foram inseridas por computador, atrás do palco montado em estúdio para o desfile

A partir da Idade Média a curiosidade pela cidade passou a interessar a muitos visitantes.Entretanto, o primeiro europeu a descobrir as ruínas de Petra foi Johann Ludwig Burckhardt (1812), e o primeiro estudo arqueológico científico sido empreendido foi por Ernst Brünnow e Alfred von Domaszewski, publicado na sua obra Die Provincia Arabia (1904).

A região onde se encontra Petra foi ocupada por volta do ano 1200 a.C. pela tribo dos Edomitas, recebendo o nome de Edom. A região sofreu numerosas incursões por parte das tribos israelitas, mas permaneceu sob domínio edomita até à anexação pelo império persa. Importante rota comercial entre a Península Arábica e Damasco (Síria) durante o século VI a.C., Edom foi colonizada pelos Nabateus (uma das tribos árabes), o que forçou os Edomitas a mudarem-se para o sul da Palestina.

Entre os anos 64 e 63 a.C., os territórios nabateus foram conquistados pelo general Pompeu e anexados ao Império Romano, na sua campanha para reconquistar as cidades tomadas pelos Hebreus. Contudo, após a vitória, Roma concedeu relativa autonomia a Petra e aos Nabateus, sendo as suas únicas obrigações o pagamento de impostos e a defesa das fronteiras das tribos do deserto.
No entanto, em 106 d.C., Trajano retirou-lhes este estatuto, convertendo Petra e Nabateia em províncias sob o controlo direto de Roma (Arábia Petrae). Adriano, seu sucessor, rebatizou-a de Hadriana Petrae, em honra de si próprio.

Em 380 d.C., o Cristianismo converteu-se na religião oficial do Império Romano, o que teve as suas repercussões na região de Petra. Em 395, Constantino fundou o Império Bizantino, com capital em Constatinopla (atual Istambul).
Petra continuou a prosperar sob o seu domínio até o ano em que um terremoto destruiu quase metade da cidade. Contudo a cidade não morreu: após este acontecimento muitos dos edifícios antigos foram derrubados e reutilizados para a construção de novos, em particular igrejas e edifícios públicos.

Em 551, um segundo terremoto, mais grave que o anterior, destruiu a cidade quase por completo. Petra não conseguiu se recuperar desta catástrofe, pois a mudança nas rotas comerciais diminuíram o interesse na manutenção desta cidade.

Em 1985, Petra foi reconhecida como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.
Em 2004, o governo jordano estabeleceu um contrato com uma empresa inglesa para construir uma auto-estrada que levasse a Petra tanto estudiosos como turistas.



Levic

domingo, 10 de janeiro de 2010

Agatha Christie é sempre atual


Dos meus dezesseis aos vinte anos, li quase todos os livros de Agatha Christie, e mesmo agora, quando quero me sentir em férias, leio ou releio alguns de seus livros que a memória já esbranquiçou a nitidez do seu enredo.

Esta mulher que se especilizou em
romances de suspense, foi considerada inigualável, aliando uma imaginação brilhante à sua grande habilidade como narradora, para conquistar gerações de público para suas histórias de mistério e suspense. Suas obras, particularmente aquelas com os detetives Hercule Poirot e Miss Jane Marple, deram-lhe o título de “Rainha do Crime” e fizeram dela uma das escritores mais importantes e inovadoras no desenvolvimento deste gênero. Rapidamente se tornou objeto de culto pelos apreciadores do gênero policial, tendo as suas obras ultrapassado barreiras geracionais de fiéis e atentos leitores.


Autora de mais de oitenta livros, que foram os mais traduzidos de todo o planeta, superados apenas pela Bíblia e pelas obras de Shakespeare. É conhecida como Duquesa da Morte, Rainha do Crime, dentre outros títulos. Agatha Christie escreveu 80 romances e livros de contos, além de doze peças de teatro. Além das peças, contos e romances de mistério, Agatha publicou seis romances românticos, com o pseudônimo de Mary Westmacott.

Agatha May Clarissa Miller, nasceu em 15 de setembro de 1890 e passou a infância e a adolescência num ambiente quase recluso, pois sua mãe se encarregou de dar-lhe formação cultural, proibindo-a de freqüentar escolas públicas. Tinha trinta anos quando conseguiu publicar seu livro de estréia, O misterioso caso de Styles , em 1921.

Agatha Christie criou dois tipos inesquecíveis: o detetive belga Hercule Poirot, com suas prodigiosas celulazinhas cinzentas no cérebro, e Miss Marple, uma solteirona simpática, observadora sagaz e tão cerebral quanto o detetive belga. Antes de morrer, em 12 de janeiro de 1976, cuidou também de preparar a despedida de Miss Marple e voltou a mansão Styles, cenário de seu primeiro livro, para encerrar a carreira de Poirot em Cai o pano.

Em 1914, casou-se com o Coronel Archibald Christie, um aviador da Força Aérea britânica e neste seu primeiro casamento, Christie teve uma filha chamada Rosalind Hicks. Dois anos após saber que o marido a traía, se divorciaram. Foi neste período também que ocorreu o desaparecimento da escritora durante uns 11 ou 12 dias, fato que ela omite em sua autobiografia. Entretanto, amigos confirmam que após a notícia que seu marido queria o divórcio para casar com outra mulher, ao mesmo tempo da morte de sua mãe, deixou a escritora numa profunda depressão e ela teria pensado em suicídiio, tendo se hospedado anonimamente (com nome falso) num hotel afastado.

No mesmo ano de separação, Christie casou-se com o arqueólogo Max Mallowan, depois de juntar-se a ele em uma escavação arqueológica. Sua união foi feliz, especialmente nos primeiros anos e assim permaneceu até a morte da Christie em 1976.

Durante a Primeira Guerra, Agatha trabalhou como farmacêutica, o que lhe proporcionou, segundo consta, grandes conhecimentos sobre poções e veneno, que seriam mais tarde empregados em suas obras. Ao que parece, ela aproveitava as oportunidades vividas na vida real para adaptar aos seus romances, como é o caso de trens, viagens, golfe, cartas, objetos de arte, arqueologia, e inúmeras outras situações.

Criou um imaginário povoado de personagens bem caracterizadas nas suas obras, que foram adaptadas ao cinema, teatro, televisão e até
quadrinhos.

Tendo nos deixado aos 84 anos de idade, as suas histórias imortalizadas tornaram-se clássicos imprescindíveis e a sua vida com suas obras literárias fizeram-na uma mulher diferente. Agatha Christie fez a diferença!

Levic

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Falem o que quiser, mas Lula é diferente!




Gostaria de esclarecer que, quando focalizo um personagem neste blog, não estou admirando sua vida pessoal como modelo e nem tampouco tomando posições de qualquer espécie. Apenas pinço determinadas pessoas que, por sua trajetória de vida e realizações, em qualquer dos campos da atividade humana, conseguiram se sobressair e apresentar um resultado de suas motivações, criando uma posição de destaque.

No caso de Lula, não pretendo fazer nenhuma alusão política e nem tecer loas ao seu governo. Não. Mas quero evidenciar que um homem com uma instrução escolar mínima, vivendo nos rincões do nordeste, onde só veio saber o que era sorvete em São Paulo, conseguir chegar à presidência da República de seu país, este homem tem algo a mais.

Luís Inácio Lula da Silva é uma das mais expressivas figuras políticas da História do Brasil. Numa trajetória ímpar, de torneiro mecânico, que possui apenas o primário e líder sindical, chegou à Presidência da República, eleito em 2002.

Foi líder das primeiras movimentações operárias no ABC paulista – o mais importante centro industrial brasileiro, após o golpe militar de 1964 –, bem como das grandes concentrações na Vila Euclides, em São Bernardo do Campo.
Candidato à Presidência da República em 1989, foi derrotado por Fernando Collor de Mello. Candidato novamente em 1994 e em 1998, foi derrotado em ambas por Fernando Henrique Cardoso.

Em 2002, Lula elege-se presidente no segundo turno das eleições, que concorre contra José Serra, ex-ministro da Saúde e candidato do governo. Lula foi reeleito em 2006 no segundo turno. É o segundo presidente a se reeleger no Brasil.

Indiscutivelmente os brasileiros apoiam seu presidente Lula da Silva, e os poderosos do mundo estão achando que ele "é o cara", ainda mais agora com o lançamento do filme “Lula, o Filho do Brasil”.

Em um cinema brasileiro passa uma história, que para a sua estreia em São Bernardo do Campo, próximo a São Paulo, se encontra sentado entre os 2000 mil convidados o personagem principal, um homem forte, com uma barba. Na área industrial, começou sua carreira legendária.

Com lágrimas nos olhos, Luiz Inácio Lula da Silva viu como ele veio uma vez no caminhão para fora da pobre Pernambuco.Como perdeu um dedo e sua primeira esposa. Como ele lutou como um líder sindical, combateu a ditadura militar, foi preso e fundou o PT.

Agora, me digam: o que ele tem? O que faz ele conseguir a aprovação de tantos? Barack Obama chamou-o de “o político mais popular na terra” ( recentemente houve um estremecimento na relação entre os dois devido à visita do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, e à questão de Honduras). Gostam de Lula desde Barack Hussein Obama , George Walker Bush, Vladímir Vladímirovitch Putin, Hugo Rafael Chávez, Fidel Alejandro Castro, Nicolas Sarkozy, a rainha Elizabeth, Mahmoud Abbas, Shimon Peres, Mahmoud Ahmadinejad, e assim por diante.



E agora, segundo pesquisa sobre a confiabilidade do brasileiro em alguém, Lula está à frente de apresentadores de TV como William Bonner e Silvio Santos, do padre Marcelo Rossi e de cantores como Roberto Carlos e Chico Buarque.

E para finalizar , sem grandes comentários, o presidente foi eleito o "homem do ano 2009" pelo jornal francês 'Le Monde'. É a primeira vez que o veículo decide conferir a honraria a uma personalidade, como já ocorre uma vez por ano em publicações como a revista americana 'Time'. No começo do mês, o jornal espanhol 'El País' também concedeu a Lula a mesma homenagem.


Ele é ou não um diferente?


Levic