segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Paixão é um estado de ser diferente

O que é a paixão?



É um vendaval que entra no coração e na alma tirando tudo do lugar, mudando a rotina,
tirando as folhas do outono e abrindo uma primavera sem hora. Essa é a paixão, que pode chegar de repente e, às vezes, sem a pessoa dar conta dela, avassaladora, davastadora, maluca, insana. Se se conseguir sobreviver a tudo isso, pode até vir o amor, sereno e calmo. Apaixonar-se é, de repente, ver-se em estado de graça: tudo parece sair do lugar, mas que é o céu ou um lugar esquecido dos tempos remotos. E o mais interessante da paixão é quando ela acontece subitamente, sem esperar.Pega a pessoa desprevenida, de tocaia e aí sem a mínima defesa.

Ver-se apaixonado é sentir-se inebriado e achar que é a pessoa mais feliz do mundo , com vontade de falar pro mundo inteiro de sua alegria, em pleno êxtase que embala um mundo de ilusões e pedidos insistentes de amor. Essa sensação consome o tempo de tal maneira que a vontade é ficar inerte, só na presença de quem nos satisfaz ou então sonhando, fazendo versos, escutando música. O mundo pára. Todo o resto perde o sentido. Muda-se o jeito de andar, de falar, de sorrir. O desejo é ficar dependente de uma única pessoa, aquela que por hora nos parece perfeita. É uma dependência que se instaura nos olhos e a alma adquire um estranho desejo de entranhar-se, de fundir-se, de ser um só, de rejubilar-se por ter encontrado a outra face da medalha, o encontro do elo perdido.

O estado pleno de euforia permite viver intensamente todas as emoções de uma só vez: com leveza, liberdade, sem amarras, sem discordâncias, pois nada atemoriza a paixão a não ser a distância do ser amado. A paixão se aloja num lugar onde não há cansaço nem nostalgia e se vive só de presente, sem garantias de futuro.

Entretanto, esse maravilhoso torpor na vida exige um preço caríssimo dos apaixonados, pois qualquer desvio da ilusão, ou seja qualquer nesga da realidade que entrar na vida pode(ou não) presenciar uma queda muito alta deste monte olimpo que a pessoa estava. A queda é absurdamente dolorida...Não existe maneira de se preservar para sempre uma paixão. Ela é evanescente e tem um caminho imprevisível quanto ao seu desfecho. Pode durar meses, mas não dura anos...E depois que passa, fica uma saudade fluida que tira risos abençoados.

Para se viver uma grande paixão é preciso ter muita coragem e ser agraciado desta inclinação, porque a pessoa não a escolhe - ela é escolhida.

Agora, ninguém escreveu com tanta força uma canção como a de Chico Buarque em "À flor da pele".
Confira no dueto com Milton Nascimento.



Só resta, então, um lembrete:



Levic

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